Missão em Foco

A missão é um assunto muito presente na Igreja pós-conciliar. O decreto Ad Gentes do Concílio Vaticano II – sobre a atividade missionária da Igreja – afirma que “a Igreja peregrina é por sua natureza missionária”. Essa declaração foi uma motivação muito forte para o aprofundamento dos conceitos de missão, missionariedade e missionário, presentes constantemente nos projetos pastorais do nosso tempo.

Outrora a missão era entendida como a atividade da Igreja entre pagãos, trazendo mais ovelhas para o rebanho do Bom Pastor. Tal idéia evoluiu para o ensinamento de que tudo é missão na vida humana. Essa abertura conceitual valoriza a ação do ser humano como protagonista do reino de Deus, revelando que missão não é apenas um tipo de atividade eclesial. Para o cristão adulto e consciente, a missão não se limita a tarefas da Igreja. Tudo o que ele faz tem uma dimensão missionária, ao desempenhar tanto deveres nitidamente religiosos como qualquer encargo decorrente da sua condição de pessoa. Todo ser humano é missionário quando cumpre qualquer obrigação com a consciência de que está agindo para a maior glória de Deus, para o bem de todas as pessoas e para a construção de uma história concorde com os padrões da cidadania e conforme os postulados do evangelho.

No princípio de século tão confuso e de tantas incoerências, o cristão é fortemente convocado à missão. Apenas ele, luz do mundo, consegue projetar alguma claridade que ajude o outro a definir-se diante das encruzilhadas e encontrar o caminho certo. Somente ele, sal da terra, tem força para impedir que os valores humanos não se destruam numa sociedade injusta, permissiva, consumista e indiferente ao Deus nela presente. Sem dúvida, o aquecimento da missão está contribuindo muito para as ameaças que pesam sobre a humanidade, afastando para um futuro distante o tempo da libertação e da graça, o dia da justiça e da convivência fraterna.


D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador


Com o nosso Jornal deste mês de ou-tubro, desejamos que chegue aos nossos queridos leitores as boas notícias e formação acompanhadas das bênçãos de Deus, pelas mãos maternas da Senhora Aparecida, e que elas sejam fecundas para toda a Igreja Missionária e tam-bém sustente a luta dos professores por respeito e dignidade na educação; abençoadas ainda, sejam todas as crianças e todo o povo brasileiro nas suas mais diversas necessidades.


Fraternalmente,
Pe. Paulo