Discípulos e Missionários


Reza e Trabalha

Em 11 de Julho, a Igreja celebra São Bento, o pai dos monges do Ocidente. Foi São Bento que lançou os fundamentos da Ordem Beneditina, os quais podem ser sintetizados no lema apresentado por ele aos seus seguidores: ora et labora – reza e trabalha. Traduzido para uma linguagem da nossa cultura, significa: contemplar (rezar) e agir.

Sobre essas duas motivações, gravita a vida monástica na sua perspectiva de louvor a Deus e construção do seu reino. Em vez de serem atividades fechadas e irredutíveis, estão intimamente relacionadas, não só na vida dos sacerdotes e religiosos, mas também no dia-a-dia aparentemente inexpressivo de cada cristão que contempla para agir e age segundo o que interiorizou nos momentos de intimidade e diálogo com o Pai.

Santo Tomás de Aquino as reúne nesta expressão que se tornou clássica, como caminho de espiritualidade fecunda: contemplata aliis tradere – comunicar aos outros o que se contemplou. Sem duvida, é essa espiritualidade encarnada que permite ao seguidor de Jesus transformar todo o seu viver missão.

A liturgia católica, em 22 e 29 de julho, faz de duas santas que tradicionalmente são tomadas como expressão e referencia da dinâmica da missão: Santa Maria Madalena e Santa Marta, que eram muito amigas de Jesus e sempre o acolhiam em sua casa. Numa das visitas que lhes fez, conforme a narração do evangelho, as duas irmãs são identificadas exatamente pela oração e pelo trabalho. Marta alega que Maria não colabora consigo na atividade doméstica, mas permanece sentada aos pés do Senhor. Jesus responde com a frase que se tornou célebre: “Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada” (Lc 10,42). A observação de Jesus não indica desvalorização da vida ativa, apenas aponta para a precedência da oração. Com falar de Deus se não se convive com ele; se não se conhece a ele na profundidade do seu mistério; se não se fez a experiência da solidão ativa da contemplação? Uma maneira de viver a fé não elimina a outra.
Ontem e hoje, o cristão só amadurece e se torna verdadeiro missionário quando une, na sua experiência de fé, oração e ação, como propôs o grande patriarca São Bento.

Fonte: Dom Geraldo Majella Agnelo Cardeal Arcebispo de Salvador

O mês de julho marca o fim de mais um semestre na nossa caminhada existencial, aproveitemos, pois todo fim de alguma coisa é começo de outra, para tomar fôlego dos nossos trabalhos e assim nos colocarmos aos pés do Mestre, escolhendo a melhor parte, deixando um pouco o nosso ativismo e como Maria, buscarmos aquilo que realmente é necessário e que nunca nos será tirado. Caso contrário ouviremos a censura de Jesus: “Tu te inquietas demais”!

Julho é também tempo das férias escolares e muitos pais aproveitam e tiram juntos as suas férias. A você desejo felizes férias e que Deus os abençoe sempre, d’Ele nunca podemos tirar férias.

Fraternalmente, Pe. Paulo