Maria Missionária


Novamente maio: mês dedicado a Maria pela piedade popular. Em todo o Brasil, a devoção a Nossa Senhora reúne, nas igrejas e nos lares, pessoas que lhe entoam louvores, dirigem-lhe preces e refletem sobre sua vida. O culto mariano é singelo – como foi a Virgem – e encadernado em muito amor, porque é oração de filhos à sua mãe. É teologal e sobretudo cristocêntrico, porque se fundamenta no mistério de Cristo. Parte dele e leva a ele o cristão que caminha para Jesus por meio do jeito de ser de Maria.

Tal itinerário é bem-feito quando o devoto de Nossa Senhora procura dar à sua espiritualidade um perfil mariano, buscando descobrir, no evangelho, o que ela fez para santificar-se e para ajudar seu filho na redenção da humanidade. E, nessa busca, nós a descobrimos como a primeira missionária do cristianismo. Quando lemos no Evangelho de Lucas a narrativa do diálogo de Maria com o anjo Gabriel, verificamos que a primeira decisão dela, depois de ter concebido o Filho de Deus, foi visitar a prima Isabel que também engravidara, apesar de avançada idade. É nesse encontro de fé e solidariedade que Maria faz o primeiro anúncio do reino; que apresenta, antes que o próprio Jesus o faça, os objetivos maiores da encarnação.

Sua atividade missionária, porém, não consta apenas nessa passagem evangélica. Qualquer referência sobre a Imaculada no Novo Testamento é feita num contexto de missão. Em Caná transmite o grande ensinamento: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Em Atos 1,14, há referência da sua presença na primeira comunidade missionária da Igreja. Assim, com a simplicidade das suas palavras e testemunhos, com a força do profetismo, ela constrói em si o perfil do missionário. O documento de Aparecida afirma: “Maria é a grande missionária, continuadora da missão do seu Filho e formadora de missionários” (n. 269); “Maria Santíssima é a presença materna indispensável e decisiva na gestação de um povo de filhos e irmãos, de discípulos e missionários de seu filho” (n. 524); “Fixamos o olhar em Maria e reconhecemos nela a imagem perfeita da discípula missionária” (n. 364).

Na missão continental que as igrejas da América Latina e do Caribe estão empenhadas em levar adiante – a partir de Aparecida –, Nossa Senhora seja o modelo por excelência e a mãe carinhosa e atenta para abençoar e estimular todos os discípulos de seu Filho.


Fonte: Dom Geraldo Majella Agnelo Cardeal Arcebispo de Salvador

Que o mesmo Espírito derramado no dia de Pentecostes sobre a Virgem Maria e os Apóstolos possa nos inflamar, enquanto cristãos, fazendo-nos crescer na Unidade e na Caridade. Deixemo-nos conduzir sempre pela sabedoria do Espírito Santo. Assim, o mundo inteiro possa compreender a nossa língua, a língua do AMOR.

ENVIAI O VOSSO ESPÍRITO SENHOR E DA TERRRA TODA A FACE RENOVAI!

Com a proteção de Maria, mãe de
Deus e mãe da Igreja,

Fraternalmente, Pe. Paulo