De Pedro a Bento XVI

Junho é o mês animado por celebrações da religiosidade popular – sobretudo no Nordeste brasileiro, cujas noites são iluminadas pelos fogos das comemorações juninas – em louvor a Santo Antônio e São João Batista. Neste tempo, as famílias se confraternizam com folguedos e saborosa ceia. Mas também consta no calendário deste mês, no dia 29, a festa de São Pedro e São Paulo. Pedro é aquele a quem Jesus confiou a sorte do cristianismo. Trata-se do dia do papa – de todos os 265 que se sentaram na cátedra pontifícia, desde o pescador do mar da Galiléia ao atual líder da Igreja Católica, Bento XVI. Paulo é o apostolo missionário, destemido anunciador do evangelho da cruz. O papa declarou 2008 como ano paulino – para celebrar os dois mil anos do seu nascimento.
O pontificado romano é uma história de muitos capítulos. Uns muito longos – como o de João Paulo II –, outros bem curtos – como o de João Paulo I, que durou apenas trinta e três dias. Mas em todos constata-se a realização da promessa:
“As portas do inferno não prevalecerão contra ela (a Igreja)”.
Quanta luta, quantas crises, muito desgaste, mas sempre com a presença do Espírito Santo, conduzindo o rebanho para que não sucumba, apesar dos equívocos dos homens fracos e falíveis que fizeram parte dele. Se, em determinadas épocas, a face humana da Igreja foi sombreada por erros, mais brilhante foi o testemunho de tantos fiéis seguidores de Jesus nos dois milênios de construção do reino de Deus. Não faltaram profetas martirizados, santos canonizados, cristãos de todas as raças e segmentos sociais que se puseram a serviço da fraternidade, da justiça, da comunhão e da unidade para manter acesa a chama da fé, para partilhar a verdade do evangelho e não deixar morrer, no coração da humanidade, a esperança de um mundo sempre melhor.
Bem-aventurados aqueles que foram da Igreja governada por Pedro e pelos seus sucessores. Felizes os cristãos dos nossos dias, filhos espirituais de Bento XVI. Privilegiados os batizados de todos os tempos, amados pela ternura infinita do coração de Jesus, a quem a Igreja se consagra especialmente neste mês. É nessa fonte inesgotável de amor e sabedoria que todos e cada um de nós, discípulos do Mestre, renovamos as energias e buscamos motivações para fazer-nos missionários fiéis e anunciadores corajosos da novidade do reino.

Fonte: Dom Geraldo Majella Agnelo Cardeal Arcebispo de Salvador

“É meu desejo sincero, que vem do coração, vivermos este mês de junho motivados por tantos acontecimentos pascais que marcaram a vida e a história da nossa Igreja. Sem nos esquecermos ainda, que o mês de junho é também na devoção popular o mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, centro de todos os corações. Com certeza, foi do Coração de Jesus que todos os grandes homens e mulheres da Igreja, canonizados ou não, aprenderam a se refugiar, encontrando descanso. À nós também, cristãos de um novo tempo, o mesmo coração ardente de amor, convida-nos a buscar nele repouso para que, uma vez revigorados, sejamos como Ele: Mansos e humildes de coração, no desejo da V Conferência de Aparecida: Discípulos (aprendei de mim) e Missionários (fazei com que todos os povos sejam meus discípulos).
Aproveito da oportunidade para agradecer ao Apostolado da Oração da nossa paróquia pelo imenso bem que faz Igreja de Cristo com o seu testemunho de fé e de amor ao coração de Jesus rezando e trabalhando pelas vocações sacerdotais e religiosas e especialmente pela santificação dos sacerdotes.
Que o Divino Coração de Jesus possa habitar e Reinar em todos os lares por meio da veneração de sua estampa ou imagem e que na sua escola aprendamos a viver uma fé obediente à vontade do Pai.
Jesus, manso e humilde de coração: fazei o nosso coração semelhante ao vosso!

Fraternalmente, Pe. Paulo